
Viajar de avião com cachorro é uma realidade cada vez mais comum entre tutores que não querem ou não podem deixar seus animais de estimação para trás durante uma viagem. Seja por uma mudança definitiva, uma viagem de férias ou até mesmo por motivos de saúde, transportar cães por via aérea exige planejamento, conhecimento das regras e cuidado com o bem-estar do animal.
Apesar de parecer simples, o processo envolve uma série de etapas que variam conforme a companhia aérea, o destino da viagem e o porte do cachorro. É essencial entender os detalhes sobre documentação, tipos de transporte, exigências das empresas aéreas e cuidados prévios com a saúde do animal para evitar imprevistos.
Neste artigo, reunimos 10 dicas essenciais para quem deseja viajar de avião com cachorro de forma segura, prática e dentro da legalidade. O objetivo é fornecer um guia completo e confiável para tutores que estão passando por esse processo pela primeira vez ou querem se atualizar sobre o tema.
1. Consulte as Regras da Companhia Aérea com Antecedência
Cada companhia aérea possui regras próprias para o transporte de animais. Algumas permitem que cães de pequeno porte viajem na cabine junto com o tutor, enquanto outras exigem que o transporte seja feito no compartimento de carga.
Antes de comprar a passagem, entre no site da companhia ou entre em contato com o atendimento ao cliente para saber:
- Se a companhia permite viajar de avião com cachorro;
- Quais são os limites de peso e tamanho do animal e da caixa de transporte;
- Quais documentos são exigidos;
- Se há limite de animais por voo;
- Quais taxas são cobradas pelo transporte.
Com essas informações em mãos, você poderá escolher a companhia que melhor atende às suas necessidades e evitar surpresas desagradáveis no embarque.
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2. Verifique os Requisitos de Documentação
Para viajar de avião com cachorro, é necessário apresentar documentos obrigatórios, que podem variar dependendo do destino (nacional ou internacional).
Para voos nacionais, normalmente são exigidos:
- Atestado de saúde emitido por médico veterinário (com validade de até 10 dias);
- Carteira de vacinação atualizada, especialmente com a vacina antirrábica em dia;
- Documento de identificação do tutor (RG ou passaporte).
Para viagens internacionais, a exigência é ainda maior:
- Certificado Veterinário Internacional (CVI), emitido pelo Ministério da Agricultura (MAPA);
- Microchip de identificação em muitos países;
- Exames de sorologia (exigidos por países como Japão e União Europeia);
- Traduções juramentadas dos documentos em alguns casos.
Sempre consulte os requisitos do país de destino e da companhia aérea com no mínimo 30 dias de antecedência, pois alguns trâmites podem levar tempo para serem finalizados.
3. Escolha o Tipo Correto de Caixa de Transporte

A caixa de transporte (kennel) é um dos itens mais importantes ao viajar de avião com cachorro. Ela precisa seguir os padrões exigidos pela IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e atender ao conforto e à segurança do animal.
Para voos na cabine, geralmente são permitidas bolsas ou caixas flexíveis com fundo impermeável e ventilação adequada. Já para transporte no porão, o kennel deve:
- Ser rígido e resistente;
- Ter travas seguras;
- Ter espaço suficiente para que o cachorro consiga ficar de pé, virar-se e deitar confortavelmente;
- Estar limpo e com piso absorvente (tapete higiênico, por exemplo);
- Ter comedouro e bebedouro fixados.
A escolha da caixa errada pode fazer com que o embarque do cachorro seja negado no aeroporto. Por isso, é essencial fazer essa escolha com atenção.
4. Acostume o Cachorro com a Caixa Antes da Viagem
Um dos erros mais comuns entre tutores é só apresentar a caixa de transporte no dia da viagem. Para que o processo seja menos estressante, é essencial acostumar o cachorro com a caixa com antecedência.
O ideal é começar esse treinamento algumas semanas antes do embarque. Deixe a caixa aberta em casa, coloque brinquedos e petiscos dentro dela, e incentive o cachorro a entrar e permanecer dentro por períodos crescentes de tempo.
Cães que associam a caixa a um lugar seguro tendem a ficar mais tranquilos durante o voo. Isso é especialmente importante para animais que viajarão no porão da aeronave, onde ficarão sozinhos por algumas horas.
5. Evite Alimentar o Cachorro Imediatamente Antes do Voo
Muitos tutores se preocupam em alimentar o cachorro pouco antes do embarque, mas isso pode causar enjoo ou desconforto durante o voo. O ideal é oferecer comida de 4 a 6 horas antes do embarque, permitindo tempo suficiente para a digestão.
Água pode ser oferecida normalmente até próximo do horário do voo, e é recomendável deixar um bebedouro na caixa de transporte, especialmente em voos longos.
Alguns cães também se sentem mais seguros quando viajam com um brinquedo familiar ou uma manta com o cheiro do tutor.
6. Consulte o Veterinário e Avalie o Uso de Sedativos
A decisão sobre medicar ou não o cachorro antes do voo deve ser tomada exclusivamente por um médico veterinário. Em muitos casos, o uso de sedativos é desaconselhado, pois pode afetar a respiração e os batimentos cardíacos do animal em altitudes elevadas.
O que o veterinário pode recomendar, caso o cachorro seja muito ansioso, são tranquilizantes naturais, como florais, feromônios ou suplementos à base de triptofano.
Agende uma consulta veterinária com pelo menos 15 dias de antecedência e tire todas as dúvidas. Cães com problemas respiratórios, cardíacos ou braquicefálicos (como pug, bulldog e shih-tzu) merecem atenção redobrada.
7. Prepare-se para o Check-in e Embarque
Viajar de avião com cachorro exige chegar ao aeroporto com antecedência. O ideal é chegar com pelo menos 3 horas de antecedência, mesmo em voos domésticos.
No check-in, você precisará apresentar os documentos exigidos e pesar a caixa de transporte com o cachorro dentro, caso ele vá no porão. Em voos internacionais, é possível que a companhia peça para verificar também o chip de identificação e o CVI.
É importante manter a calma durante essa etapa. O cachorro percebe a ansiedade do tutor, e isso pode aumentar o estresse do animal. Use um tom de voz calmo e reforce o comportamento positivo com carinhos ou petiscos, se permitido.
8. Entenda a Diferença entre Viajar na Cabine ou no Porão

Nem todos os cães podem viajar na cabine. A maioria das companhias permite apenas animais de pequeno porte, com peso total (animal + caixa) de até 10 kg. Esses animais viajam debaixo do assento à frente do tutor, dentro da caixa.
Já os cães de médio e grande porte viajam no compartimento de carga pressurizado, que possui temperatura e pressão controladas como a cabine de passageiros.
Embora seguro, o transporte no porão exige mais planejamento:
- A caixa deve estar bem identificada com nome do animal, nome do tutor e telefone de contato;
- É importante que o cachorro esteja familiarizado com o ambiente fechado;
- Algumas companhias limitam a quantidade de animais por voo, então é necessário reservar com antecedência.
Seja na cabine ou no porão, é fundamental garantir que o transporte seja o mais confortável possível para o animal.
9. Saiba Como Proceder no Desembarque
Após o pouso, o desembarque de quem optou por viajar de avião com cachorro requer atenção. Nos voos com animais na cabine, o tutor sai normalmente com o cão, mantendo-o na caixa até sair da área de desembarque.
Já nos casos de transporte no porão, o animal será entregue na área de bagagens especiais. Fique atento, pois o cachorro pode sair agitado, assustado ou confuso com o ambiente do aeroporto.
Evite abrir a caixa de transporte ainda dentro do terminal. Espere até estar em um local seguro e tranquilo para soltar o animal. Se notar qualquer sinal de mal-estar ou comportamento incomum, procure um veterinário imediatamente.
10. Planeje o Pós-Voo e Adaptação no Novo Local
A viagem de avião pode ser estressante para o animal, especialmente se for longa ou envolver muitas conexões. Após o voo, ofereça água, alimento e um local calmo para descanso.
Dê tempo para que o cachorro se acostume ao novo ambiente. Mantenha objetos familiares por perto, como brinquedos e cobertores, para reduzir o estresse da mudança.
Se o destino for internacional, esteja atento ao processo de quarentena (se aplicável), às exigências locais sobre registro de animais e à disponibilidade de veterinários.
Um bom pós-voo garante que viajar de avião com cachorro seja uma experiência mais tranquila para o tutor e para o animal.

Viajar de avião com cachorro exige responsabilidade, preparo e atenção aos detalhes. Não basta comprar a passagem e comparecer ao aeroporto no dia do voo. É preciso entender as regras da companhia aérea, preparar o animal para a experiência e garantir que tudo seja feito com segurança.
As 10 dicas apresentadas neste artigo foram pensadas para ajudar tutores a tomar decisões informadas e garantir o bem-estar dos seus cães durante toda a jornada. Seja uma viagem curta ou internacional, o segredo está na antecipação e no cuidado com cada etapa do processo.
Com planejamento e informação, viajar de avião com cachorro pode deixar de ser um desafio e se tornar uma experiência tranquila e até prazerosa para todos os envolvidos.